sábado, 11 de fevereiro de 2012

[Personalidades] - Amália Rodrigues



Amália da Piedade Rodrigues  foi uma fadista portuguesa, considerada o exemplo máximo do fado. Está sepultada no Panteão Nacional.
Tornou-se mundialmente conhecida como a Rainha do Fado e foi considerada por muitos como uma das suas melhores embaixadoras no mundo. 

Amália nasceu a 1 de Julho de 1920 em Lisboa, no seio de uma família pobre a numerosa. Aos catorze meses foi deixada na capital, ao cuidado dos avós maternos, tendo seus pais voltado para a província.


 "Dizia-me a minha família que aos 4 anos já ganhava a vida a cantar, pelas vizinhas que diziam, "ó Amália anda cá, canta lá esta". E eu cantava. * E depois lá pelos 7, 8 anos comecei a ouvir as vizinhas lavar a roupa na selha e cantar o fado, que eu não sabia o que era fado. Depois, aos meus 12 anos comecei, já internacional, a cantar os tangos do Gardel, que ouvia nas fitas(...)"


Aos 14 anos, a sua família volta para Lisboa, pelo que Amália vai viver com os pais. Num clima de grande pobreza, e sentindo que mal conhece os pais, sente-se como uma intrusa. Aos 15 anos, entra nas marchas populares pela primeira vez, tendo estas sempre ficado no seu repertório.
Em 1939 estreia-se no Retiro da Severa, a casa de fados mais conhecida na época. Após a sua estreia, toda a gente a quer ouvir, pelo que rapidamente se torna o nome mais famoso do fado.

Em 1940 estreia-a na revista "Ora vai Tu" no Teatro Maria Vitória.

Em 1944 Amália dirige-se ao Rio de Janeiro, acompanhada pelo maestro Fernando de Freitas para actuar no famoso Casino Copacabana. O seu exito é tal que o seu contrato prolonga-se por 4 meses, e depois por mais uma temporada. É nesse periodo de tempo que Amália grava, pela primeira vez, uma sério de discos de 78 rotações. 

Em 1947 estreia-se no filme Capas Negras, ao lado de Alberto Ribeiro. Em Novembro do mesmo ano estreia, no Coliseu do Porto, o seu segundo filme: Fado-história de uma cantadeira. Pela sua interpretação neste filme recebeu o prémio do SNI para melhor actriz do ano em cinema.


Em 1949 Amália estreia-se pela primeira vez em Paris e em Londres. É também nesse ano que estreia o filme "Vendaval maravilhoso".

Em 1950 a sua carreira torna-se ainda mais importante e internacional, com a sua participação nos espectáculos do Plano Marshall (um programa de apoio Americano à Europa do pós-guerra onde participam os mais importantes artistas de cada país). É assim que Amália começa a actuar por toda a Europa, desde Dublin a Trieste e a Roma, onde actua ao lado dos maiores cantores clássicos da altura.

A partir de 1950 Amália torna-se uma fadista mundial, tendo inclusive passado algum tempo no México. Em 1952 Amália actua em Nova Iorque, no La Vie en Rose.

Em 1955 Amália estreia-se como actriz dramática em "A Severa" de Júlio Dantas.

Em Abril de 1956, Amália, actua pela primeira vez no Olympia em Paris.

O sucesso internacional de Amália leva a que se organizem, em Lisboa, grandes festas em sua homenagem. Na Feira Internacional de Bruxelas, Amália recebe, do governo português, a primeira das suas muitas condecorações.

Em 1961 Amália casa-se com o engenheiro César Seabra.

Em 1962 é editado o primeiro LP pensado como álbum, "Amália Rodrigues.

Em 1964 e 1965 Amália continua a fazer sucesso no cinema com "Fado corrido" e "As ilhas encantadas".

Em 1968, a RTP transmite a peça na qual Amália Rodrigues é a artista principal, "A sapateira prodigiosa".

É convidada de honra no Festival du Marais, em Paris e das Olimpíadas da Canção, em Atenas.

Em Janeiro de 1970, Amália parte para Roma para actuar no Teatro Sistina em Roma.

No dia 25 de Abril de 1974 dá-se a revolução que derrubou o regime fascista que há 48 anos governava Portugal. Amália, devido a um contrato que tinha para actuar na televisão espanhola, partiu para Madrid no dia seguinte. Em Lisboa, a grande popularidade internacional de Amália fez que de imediato circulassem boatos que a ligavam ao regime deposto.

Durante anos, o sentimento fatalista de Amália leva-a considerar como mortal uma doença que de todos esconde.

Em 1980 recebeu do Presidente da Republica  a condecoração de grande oficial da ordem do infante D. Henrique. Logo em seguida é homenageada pela Câmara de Lisboa.

A 19 de Abril de 1985, Amália dá o seu primeiro grande concerto a solo no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
 Em 1989, comemorando os 50 anos de carreira de Amália, a EMI-Valentim de Carvalho edita “Amália 50 anos”.

Na década de 90 publica um livro de poemas “Versos” na editora Cotovia.
A 6 de Outubro de 1999, Amália Rodrigues morre, em sua casa .

Ouvir "Barco Negro" aqui.

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