sábado, 4 de fevereiro de 2012

[Personalidades] - Aristides Sousa Mendes

Hoje o blog traz-vos mais uma surpresa, uma nova rubrica sobre personalidades. A cultura é algo que nunca é demais e várias personalidades se distinguem pelo que fizeram em vida. Para começar esta rubrica trago-vos Aristides Sousa Mendes. Sabem quem foi?








 "Tenho de salvar estas pessoas, quantas eu puder. Se estou desobedecendo ordens, prefiro estar com Deus e contra os homens, que com os homens contra Deus."








Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches nasceu em 1885 em Cabanas de Viriato, Viseu. Filho de uma família aristocrática rural, formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, tendo enveredado por uma carreira diplomática. 
Casou-se com a sua prima direita, Angelina, e teve 14 filhos.

Foi Cônsul em diversos países, no entanto o seu cargo mais conhecido e relevante foi em Bordéus na altura da Segunda Guerra Mundial. Nessa altura, Hitler mandou os seus militares invadirem França. Salazar, que se manteve na neutralidade, ordenou a todos os cônsules que se recusassem a passar vistos a judeus ou a estrangeiros de nacionalidade indefinida.

Aristides Sousa Mendes, recusando-se a cumprir as ordens de Salazar, passa vistos a judeus, dizendo que "A partir de agora, darei vistos a toda a gente, já não há nacionalidades, raça ou religião".
Quando confrontado por Salazar, Aristides Sousa Mendes referiu que preferia ir contra ordens de um homem a ir contra ordens de Deus. Dito isto continuou a conceder vistos a todos os cidadãos.
A 23 de Junho de 1940 Salazar demite-o das funções de Cônsul.  Ao voltar de Bordéus para Portugal, Aristides Sousa Mendes trouxe com ele vários refugiados, que com os seus vistos por ele passados puderam continuar vida em Portugal.

Já em Portugal, Salazar priva o diplomata das suas funções por um ano, retira-lhe a sua carta de condução e retira-lhe o direito de exercer a profissão de advogado. O ex-diplomata sobrevive graças à comunidade Judaica em Portugal.

Em 1945, aquando o final da Segunda Guerra Mundial, Salazar felicitou-o por ter salvo milhares de refugiados, no entanto nunca o reintegrou na vida diplomática.

Aristides Sousa Mendes morre em Abril de 1954 em Lisboa, numa miséria extrema.
Entre os milhares de refugiados salvos por Sousa Mendes encontram-se nomes como Príncipe Otto de Hamburgo, Charles Oulmont e Ilse Losa (escritor e escritora respectivamente).

Podem visitar o site da Fundação Aristides Sousa aqui.

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