sábado, 3 de março de 2012

[Personalidades] - António Feio


Hoje é dia de falar sobre uma personalidade. Hoje escolhi o António Feio, e vou ser sincera na explicação da minha escolha: este senhor faz-me lembrar o meu pai. Como o meu pai não foi uma personalidade (pelo menos para vós) decidi falar sobre esta cara que nos foi tão familiar durante anos, na televisão.


António Jorge Peres Feio nasceu a 6 de Dezembro de 1954 na cidade moçambicana Lourenço Marques  foi um actor e encenador português condecorado, a 27 de Março de 2010 por Cavaco Silva, com o grau honorífico de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

Viveu em Moçambique até aos sete anos, tendo-se depois instalado em Lisboa, com a família. Estreou-se aos onze anos no teatro, com a peça de Miguel Torga, O Mar, dirigida por Carlos Avilez, no Teatro Experimental de Cascais.

Chega cedo à televisão e ao cinema, participando ainda em folhetins na rádio e campanhas publicitárias.
Em 1969, profissionalizado na companhia teatral de Laura Alves, volta a Moçambique, em digressão com a peça Comprador de Horas.
Após isso, retirou-se dos palcos por alguns anos, tendo trabalhado como desenhador num atelier de arquitectos.

Em 1974 está, de novo, no Teatro Experimental de Cascais, de onde sai para formar, com Fernando Gomes, o Teatro Aquarius. Passa de seguida para a Cooperativa de Comediantes Rafael de Oliveira, Teatro Popular-Companhia Nacional I, sob a direcção de Ribeirinho, Teatro São Luiz, Teatro Adóque, Teatro ABC, Casa da Comédia, Teatro Aberto, Teatro Variedades, Teatro Nacional D. Maria II.

Casou com a jornalista Lurdes Feio (de quem se veio a divorciar), de quem teve duas filhas: Bárbara Gonzalez Feio e Kiki (Catarina) Gonzalez Feio.
Mais tarde, fruto da relação de dezoito anos que teve com a actriz Cláudia Cadima, nasceram também Sara Cadima Feio e Filipe Cadima Feio.

Começa a  vertente de encenador com o espectáculo Pequeno Rebanho Não Desesperes de Christian Giudicelli, na Casa da Comédia. Segue-se Vincent de Leonard Nimoy, no Teatro Nacional D. Maria II e O Verdadeiro Oeste de Sam Shepard, no Auditório Carlos Paredes. Faz, como actor, Inox-Take 5 (1993) com José Pedro Gomes e é o início de um trabalho em conjunto e de uma "dupla" que dura até ao fim da sua vida. 

Começa a dirigir cursos de formação de actores no Centro Cultural de Benfica e forma com vários alunos alguns grupos, O Esquerda Baixa e o Pano de Ferro, e com eles faz alguns espectáculos. Seguem-se muitas outras encenações sendo a mais conhecida Conversa da Treta de José Fanha.

Para além do teatro fez televisão, algum cinema, traduções e muitas dobragens. Mantinha-se na rádio com uma crónica humorística na TSF. 

António Feio faleceu no dia 29 de Julho de 2010, às 23h40, na unidade de Cuidados Paliativos do Hospital da Luz, vítima de um cancro no pâncreas contra o qual lutava há largos meses.

1 comentário:

  1. Uma perda enorme....
    Aconselho lerem o livro Aproveitem a vida... comovente mas divertido e com lições bem importantes a reter.

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