quarta-feira, 2 de maio de 2012

[À Lareira Com] - Tiago Gonçalves



Fale-nos um pouco sobre si

Sou um jovem portuense de 25 anos que tenta transmitir os seus pensamentos através da escrita, misturado numa narrativa fluida e acessível. Procura incentivar os leitores a pensar em tudo um pouco, pela sua própria cabeça. Licenciei-me em Sociologia e sempre vivi no Porto, uma cidade que acho belíssima. Mas acho que o que mais me caracteriza é tentar simplificar o complicado e ver sempre o lado positivo em tudo, acredito nos cinzentos e não tantos nos pretos ou brancos. Acho que não pode haver dogmas.

Tem o “gosto pela literatura desde a infância”. Qual a primeira lembrança que tem relacionada com livros?

Eu comecei a ler banda desenhada, mas lembro-me perfeitamente de ler as Vinte mil léguas submarinas de Júlio Verne, de parar muitas vezes e de ter dificuldades para acabar. Demorei muito tempo a ler esse livro.

Quem lhe transmitiu o gosto pela literatura?

Acho que ninguém, tinha alguns livros em casa, do meu irmão e dos meus pais. Sempre gostei de livros, tanto quanto me lembro.

Lembra-se qual era um dos livros que mais gostava quando começou a ler?

Gostava muito das Aventuras de Tom Sawyer.

Já escreveu dois livros. Como surgiu a ideia de escrever o primeiro, “De uma só sorte”?

O primeiro surgiu de um desafio e já era meu plano escrever um livro há vários anos. Naquele momento, quis fazer algo diferente e destacar algumas partes marcantes da vida. Foi uma ideia que me surgiu na altura e se foi desenvolvendo, aos poucos.

O segundo livro, “Não fomos nós dois”, como lhe surgiu a ideia e em que se inspirou?

Procurei construir uma história com mais do que um ponto de vista e que fosse reflexo dos nossos dias, num contexto urbano. Então surgiu a ideia de duas personagens que se conhecem por acaso e 
que acabam por questionar e abordar a sua vida diária.

Algum dos dois livros tem um significado mais especial? Se sim porquê?

O segundo, foi o primeiro que me organizei e pensei, de inicio a fim. É, para mim, a minha primeira obra acabada, em que não mudava nada.

Tem algum projecto para um futuro próximo? Pode desvendar-nos algo sobre ele?

Vou publicar um novo livro agora em Junho, e é uma espécie de diário de alguém com um emprego pouco gratificante.

A sua formação em sociologia influencia, de algum modo a sua escrita? Se sim, como?

Sim, influencia pela forma analítica como toco em alguns assuntos, através das personagens, e como procuro desconstruir algumas questões.

Para além da escrita, que sonhos tem que gostaria de concretizar?

Bem, talvez a tradução dos meus livros noutras línguas, mas talvez isso esteja englobado na escrita… Não tenho propriamente nenhum sonho, procuro estabelecer planos de forma realista e gerir bem as expectativas. Ou seja, não tenho um sonho em particular, mas vários, que no fundo nada mais são que objectivos e planos.

Como se imagina daqui a 20 anos?

Com alguns cabelos brancos, fora isso não consigo imaginar mais nada. Nem daqui a um ano. Tento sempre manter os planos a curto prazo, por isso não consigo imaginar.

Gosta de ler?

Sim, gosto muito.

Indique-nos um autor e um livro que figurem entre os seus favoritos

O Processo, de Franz Kafka.

Sente que os autores portugueses ainda são pouco lidos e divulgados?

Sim, um pouco, acho que ainda há pouca promoção de autores portugueses.

O que acha ser mais difícil e frustrante em publicar um livro?

Conseguir a atenção de uma editora, e depois estar preparado para continuar a trabalhar na promoção e divulgação do que foi publicado.

O mais gratificante?

Quando vemos o livro pela primeira vez, à nossa frente.

Por fim, deixe-nos uma mensagem para os nossos leitores, que são amantes de livros e de literatura.

Que sejam críticos e que procurem a boa literatura, assim como em tudo na vida, procurem e comparem, pensem pela própria cabeça. Sejam críticos informados.

Obrigada, Tiago Gonçalves

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