sexta-feira, 21 de setembro de 2012

[À Lareira com...] INTERNACIONAL - Mary Balogh






À Lareira com...Mary Balogh, autora dos livros "Uma noite de amor" e "Um verão inesquecivel".

Conte-nos um pouco sobre si
 Cresci no País de Gales e mudei-me para Saskatchewan, Canadá, depois da universidade, para 2 anos de contrato como professora. Conheci o meu marido aqui e fiquei por cá desde então. Temos 3 filhos adultos, 5 netos e 1 bisneta. Ensinei Inglês e literatura inglesano ensino secundário durante 20 anos, mas depois deixei para escrever a full-time. O meu marido e eu dividimos o tempo entre a pequena cidade de Kipling, com 1200 pessoas (verões) e a cidade de Regina (invernos). Tenho quase 100 romances, quase todos situados durante a regencia ingles (1811-1820).

Cresceu no pós-guerra do País de Gales. Foi uma infância dificil?  De que modo a influenciou como pessoa?
Não foi uma infância dificil pela simples razão que não nos apercebemos de como estavamos a ser privados. Cresci na fortemente bombardeada cidade de Swansea. Adoravamos brincar dos "edificios bomba" como lhes chamavamos. Sem nunca termos percebido o que eram realmente. Tinhamos a comida racionada e outras comodidades como se fossem garantidas. Tive uma infância maravilhosa. Guardavamos tudo o que tinhamos e tivemos que usar a nossa imaginação para suprir qualquer falta. A minha imaginação é hoje o que tenho mais precioso - e foi bem nutrida durante a infância!

A Mary e a sua irmã liam vorazmente, especialmente "todos os livros da Enid Blyton" e "vários clássicos quando eramos mais velhas". Consegue dizer-nos algum dos seus livros preferidos?
 Há um livro que tenho tentado encontrar desde que cresci. Chamava-se "The House with the twisting passage - não me lembro do nome do autor. Era sobre uma menina que vivia numa grande casa vazia com a sua avó (julgo), que era a governanta. A menina costumava imaginar pessoas a viver em casa um dos quartos, e tecia histórias sobre eles. Um dia a casa encheu-se, realmente, de pessas, que eram exaxtamente os mesmos que ela criara. Foi a história perfeita para uma escritora iniciante.

Decidiu ser professora, tal como a sua irmã. Porque escolheram essa carreira?
Crescemos numa época em que havia poucas carreiras que as mulheres pudessem escolher. Professora, enfermagem, secretária, balconista - e a lista acaba aqui. Não queria ensinar, mas quando terminei a universidade trabalhei no departamento de finanças de uma agencia governamental, e detestei. Então decidi ensinar, e surpreendentemente adorei. 

Quando e como sentiu a paixão pela escrita?
Sempre quis ser escritora. Quando era criança, costumava escrever longas historias, quase sempre sobre crianças que tinham aventuras de põr os cabelos em pé mas que ganhavam no fim, claro. Quem me dera ter algumas dessas histórias.Também costumava escrever longas cartas, cartas de parabéns ou para os presentes de Natal.

Inspirou-se nos romances de Georgette Heyer, e decidiu recrear nos seus livros o mundo romantico da Regencia Inglesa. Porquê?
Quando cresci, queria escrever, mas não sabia exactamente o que deveria ser. Quando estive em baixa de parto li o livro "Frederica" de Heyer e apaixonei-me, não apenas pelo livro mas com todo o mundo nele. Li todos os outros livros da autora e depois senti-me desolada porque não havia mais para ler. Então isso atingiu-me - era isso que eu tinha que escrever. Sempre tive um gosto pela Regencia Inglesa. Chamo-lhe nostalgia. Sinto que pertenco lá. E é um mundo perfeito para o romance.

Os seus livros são conhecidos em vários países, como aqui em Portugal. Como se sente com isso?
 É incompreensivel. è estranho que eu me sente aqui no meu computador e escreva historias que saiem da minha imaginação e que há pessoas por aí fora que as querem ler - pessoas por todo o mundo. Sinto-me muito honrada.

Tem, neste momento, algum projecto em mãos?
Estou a trabalhar na sétima parte de uma colecção sobre 6 homens e uma mulher que pertencem ao que chamam "Clube dos sobreviventes". Todos eles  foram feridos nas guerras Napoleonicas e foram levados para Penderris Hall em Cornwall, o país do Duke de Stranbrook, para recuperar. Eles passam vários anos juntos e agora encontram-se algumas semanas por ano. Escrevi "The proposal", historia do Hugo, Lor Trentham, que sofreu um colapso nervoso depois de mostrar grande heroismo no Forlorn Hope, em Espanha. Estou a acabar o segundo livro, "The arrangement", sobre Vincent, Visconde Darleigh, que ficou cego na sua primeira batalha na peninsula, nos anos 70.

Tem uma familia grande. O que a familia significa para si?
 Os humanos não foram feitos para estarem sozinhos. Todos precisamos de pessoas. É maravilhoso ter vizinhos e amigos, mas nada substitui a familia. São pessoas muito nossas e significam mais do que todos e tudo. Por vezes amar a familia pode ser doloroso - é terrivel vê-los sofrer por alguma razão. Mas eu não aguentava estar sem eles por nada no mundo.

Como concilia a sua vida profissional e a sua vida pessoal?
Já não ensino, só escrevo. É um trabalho como qualquer outro. Tenho as minhas horas de trabalho, geralmente de manhã, todos os dias. O resto do dia é para mim mesma. É uma existencia feliz.

Para finalizar, deixe uma mensagem para os seus fãs portugueses.
Estou realmente impressionada e agradecida por lerem os livros de uma cabadiana galesa que vive nas pradarias canadianas. Espero que as minhas historias vos entretenham, que as minhas personagens se tornem reais para voces e que os enredos vos aqueçam os corações. Obrigada por serem meus leitores. Visitem o meu site   www.marybalogh.com  ou o meu facebook .www.facebook.com/AuthorMaryBalogh

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