"É uma leitura interessante e didáctica é certo, mas fica um pouco aquém de um bom thriller, como os que já foram editados através da colecção Nocturnos da GOTICA." in Menina dos Policiais
Um livro que em boa hora a minha
amiga Mira Reis me recomendou e comprei na Feira do Livro do Porto.
É o livro de estreia de Nick
Stone e passa-se no Haiti, país onde o autor viveu durante parte da sua
infância em casa dos avós e onde retornou em outras ocasiões.
Parti para esta leitura com a
ideia de ler um excelente thriler e acabo por ler não só isso mas
principalmente um excelente livro sobre o Haiti.
A sua história e condições de
vida absolutamente degradantes são-nos retratadas duma forma dura e por vezes
tornou-se difícil prosseguir a leitura deste livro.
Max Mingus é um ex-policia e
posterior detective privado, especialista em encontrar crianças desaparecidas,
que é solto da prisão após cumprir pena por homicídio de três assassinos (aqui
somos logo direccionados para o sentimento ambíguo de aceitação/condenação do
crime). É contactado para investigar o desaparecimento do herdeiro da família
Carver, Charlie, ocorrido no Haiti há três anos e acaba relutantemente por
aceitar a troco de 10 milhões de dólares.
Durante décadas, tal como Charlie
Carver, inúmeras crianças desapareceram no Haiti e é este detalhe que acaba por
ser um dos fios condutores no enredo desta história.
Voodoo, magia negra e a figura macabra de Mr. Clarinet, um monstruoso raptor de crianças, associados à ganância de poder e dinheiro, a pedofilia e condições de vida sub-humanas e um clima de terror, acabam por ser ingredientes suficientes para nos deixar com uma sensação de verdadeira aversão que por vezes torna difícil prosseguir a leitura.
Voodoo, magia negra e a figura macabra de Mr. Clarinet, um monstruoso raptor de crianças, associados à ganância de poder e dinheiro, a pedofilia e condições de vida sub-humanas e um clima de terror, acabam por ser ingredientes suficientes para nos deixar com uma sensação de verdadeira aversão que por vezes torna difícil prosseguir a leitura.
Na primeira parte do livro ficamos a saber a história de
Max, presente e passada, bem como as razões que o levam a ter tanta relutância
em aceitar o “trabalho” que lhe propôs a familia Carver. Começamos também a
perceber que Max terá igualmente de enfrentar alguns demónios e medos pessoais para conseguir prosseguir nesta
investigação.
Torna-se por vezes uma leitura arrastada, lenta, fica-se com a sensação que falta acção e nunca mais começa a “verdadeira” história mas, assim que o cenário muda para o Haiti, quase desejamos que tudo volte atrás e que a história mude para fugirmos de toda aquela decadência e podridão humana que nos chega a revolver as entranhas de tão chocante que é...
Torna-se por vezes uma leitura arrastada, lenta, fica-se com a sensação que falta acção e nunca mais começa a “verdadeira” história mas, assim que o cenário muda para o Haiti, quase desejamos que tudo volte atrás e que a história mude para fugirmos de toda aquela decadência e podridão humana que nos chega a revolver as entranhas de tão chocante que é...
A história entra então num ritmo por vezes frenético e duma dureza
chocante , gráfica e descritiva, que nos mantém presos desejando a chegada do
fim para conseguir digerir os horrores descritos e saber finalmente o que
aconteceu a Charlie e outras tantas crianças que tiveram ainda pior sorte do
que ele, mas também saber afinal quem está por trás da máscara do abominável
Mr. Clarinet.
Quem se recorda da história do Haiti, revive muito do que
viu e leu na imprensa, os Tonton Macoutes, Papa Doc, Baby Doc, Aristide, barões
da droga, HIV, miséria a um nível sub-humano, violações dos direitos humanos
..., acabando mesmo por deixar essas memórias tomarem quase conta da leitura,
tornando-se extremamente difícil deixar de “visualizar” os horrores descritos
no livro.
Quando finalmente chegamos ao fim e podemos largar as
imagens de violência pensando já em pegar em algo mais soft para compensar,
constatamos que essas mesmas imagens perduram em nós e dificultam o inicio de
outra leitura. Entramos como costumo dizer, em período de ressaca...
Um livro que aconselho sem
reservas aos amantes de thrillers mas igualmente aos amantes da História e se
como eu gostarem de ambos, então têm aqui uma obra imperdível embora de difícil
“digestão”!
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