domingo, 28 de outubro de 2012

"Definição" de Adriana Neves



É simples. É complicado ao mesmo tempo. Não é algo que se decifre com a maior das facilidades. É complexo ao ponto de nos levar a deixar de acreditar nele. Por outro lado, também pode levar-nos à cegueira permanente.
Defini-lo será portanto, uma antítese. Será tal como os pólos de um íman que têm dois lados opostos que se repelem. Contudo, separá-los seria impossível. Tal acontece fruto da mesma

comparação. Viver com ele pode mesmo ser insuportável, mas viver sem ele seria impossível.
Seremos um pouco masoquistas (uns mais que outros) ao ponto de sofrermos a partir da dor que nos provoca. É algo que emerge de pequenas simbologias e nasce com uma força interior capaz de derrubar qualquer obstáculo.
É uma mistura de sabores, de cores e de histórias. São dias, noites, horas, minutos, segundos. São olhares, são episódios. São choros, gargalhadas e sorrisos. É apenas um suspiro, uma lágrima. É um gesto simples, é algo inato em nós que transpomos através de quase nada mas que inevitavelmente diz tudo. A perfeita analogia seria que os gestos são os descodificadores do pensamento sem que seja precisa a linguagem verbal.
O sentimento sim, esse é complexo. Baralha-nos, faz de nós inconsequentes. Agimos como se houvessem dois “eu” completamente baralhados num emaranhado de incertezas. Quanto às certezas, temos dificuldade em distingui-las, porque o que é certo num determinado momento, torna-se incerto com uma rapidez assombrosa.
O coração viaja à velocidade da luz em batimentos cardíacos, o sistema nervoso permanece instável e na maioria das vezes, pensar está fora de questão.
A sua força é comparável a um furacão ou qualquer tipo de catástrofe natural capaz de vencer qualquer força de atrito que impeça o seu avanço.
O amor, será portanto uma oposição de ideias, de realidades onde apenas os mais fortes sobrevivem.
 
                                                                                                                        Adriana Neves

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