"Para mim, um bom livro mexe sempre com quem o lê. Mexe com os sentimentos e emoções, com a mente e coração ou com as ideias e convicções do leitor.
Este “O Tempo dos Milagres” fez tudo isso e muito mais. Foi um livro que me inquieto." in As Leituras da Fernanda
Quando vi a
divulgação deste livro na internet, o título suscitou-me logo curiosidade, por
isso resolvi ler a sinopse, que me deixou com imensa vontade de o ler.
A história deste livro é-nos contada pelo
ponto de vista de Julia, uma rapariga de 11 anos que, tal como todos os
adolescentes, tenta sobreviver a esta fase nova da sua vida. E é através do seu
olhar que ficamos a saber que está a acontecer algo muito sério ao planeta onde
vivemos: o movimento de rotação da Terra está a abrandar a olhos vistos, ou
seja, os dias e as noites estão a ficar cada vez mais longos à medida que o
tempo passa. Para além de lidar com a sua solidão e com as complicações
habituais da adolescência, Julia tem de também de lidar com este estranho fenómeno
que está a alterar tudo o que Julia sempre teve como garantido.
Gostei imenso da forma de escrita da autora,
que é simples mas que ao mesmo tempo nos deixa “presos” ao livro. Gostei do
facto de a história ter sido contada sob o ponto de vista de uma rapariga de 11
anos, vulgar e que apesar da volta gigante que o mundo deu, continua a viver a
sua vida e a preocupar-se com tudo o que uma pessoa dessa idade se "deve"
preocupar.
Devo dizer
no entanto que fiquei um pouco desiludida com o desfecho da história, pois
estava à espera de um fim mais emocionante e que se acabasse por resolver o
problema da rotação do planeta Terra. Não tendo sido um dos meus livros
preferidos, não me arrependo de o ler e gostei do facto de me ter posto a
pensar no que aconteceria se o movimento de rotação da Terra começasse a
abrandar na vida real.
Um livro que nos faz repensar aquilo que temos como garantido, que nos faz olhar o nosso Planeta de outra maneira. Muitas vezes limitamo-nos a viver naquilo que temos como garantido ser o "nosso mundo" mas nunca pensamos "E se algo mudasse, que seria de nós?". Aconselho.
Inês Rodrigues
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