sábado, 13 de outubro de 2012

[Personalidades] - Mo Yan






Mo Yan , pseudónimo de Guan Moye, nasceu a 17 de Fevereiro de 1955 e "é um dos mais celebrados escritores no seu país, embora não isento de polêmica, Mo Yan faz habitar a sua obra de um humanismo compassivo, habitualmente centrado na ruralidade da localidade em que nasceu a 5 de Março de 1955, Gaomi, na província de Shandong. 
O escritor, que lançou o seu primeiro romance, Falling Rain On a Spring Night, em 1981, mereceu a mais nobre distinção do mundo da literatura por ser, segundo comunicado pelo comité do Nobel, um autor "cujo realismo alucinatório funde contos tradicionais, História e contemporaneidade". 

A sua escrita, como é aliás reconhecido pelo próprio, é grandemente influenciada por William Faulkner, Gabriel Garcia Marquez. "


"A adaptação ao cinema de Milho Vermelho, em 1987, por Zhang Yimou e com a estrela Gong Li, filme determinante da chamada "Quinta Geração" que marcou uma nova era no cinema chinês, cimentou o seu estatuto na China e chamou a atenção do mundo. Traduções dos seus livros no Japão, França, Itália, Estados Unidos e Inglaterra cimentaram o seu estatuto internacional. Em Portugal, Mo Yan tem apenas um livro traduzido, Peito Grande, Ancas Largas, editado em 2007 pela Ulisseia. Publicada originalmente em 1995, a obra causou grande controvérsia na China devido ao teor sexual da história. Mo Yan foi obrigado a escrever uma autocrítica ao seu próprio livro, e, mais tarde, a retirá-lo de circulação. Esse episódio, aliado, por exemplo, à participação na cópia manuscrita de um discurso de Mao Zedong, em que este definia os parâmetros a seguir na arte e literatura chinesas, levou-o a ser considerado pelos opositores ao regime chinês como um autor alinhado, não independente. O pseudónimo Mo Yan, escolhido pelo homem nascido Guo Moye, significa em chinês "não fales". Dessa forma, ele que se diz sempre franco no seu discurso, lembrar-se-á constantemente de que não deve falar demasiado. Há outra leitura para o pseudónima, esta literária. Para Mo Yan, "um escritor deve enterrar os seus pensamentos e transmiti-los através dos personagens dos seus romances"."

"Em 2009, numa conferência na Feira do Livro de Frankfurt, respondeu às acusações de falta de independência perante o poder. "Um escritor deve exprimir crítica e indignação perante o lado negro da sociedade e a fealdade da natureza humana, mas não devemos recorrer a formas de expressão uniformes. Alguns poderão querer gritar nas ruas, mas devemos tolerar aqueles que se escondem nos seus quartos e usam a literatura para transmitir as suas opiniões".

Mo Yan abandonou os estudos muito jovem devido à turbulência causada pela Revolução Cultural e trabalhou numa quinta antes de, em 1973, se empregar como operário fabril. Alistou-se no Exército de Libertação do Povo Chinês (ELPC) três anos depois, iniciou-se na publicação em 1981 e, mais tarde, entre 1984 e 1986, estudou literatura na Academia das Artes do ELPC. Vencedor o ano passado do mais importante prémio literário chinês, o Mao Dun, Mo Yan é também vice-presidente da Associação de Escritores da China.

Entre a sua obra, onde se incluem dezenas de contos, destacam-se romances como The Garlic Ballads, The Republic of Wine, ou o supracitado Peito Grande, Ancas Largas. Segundo a Wikipedia, o seu penúltimo livro, Life And Death Are Wearing Me Out, foi escrito em apenas 43 dias, inscrevendo os mais de 500 mil caracteres do manuscrito original em papel chinês tradicional e usando apenas tinta e pincel. O último, Frog, incide sobre os abortos forçados que resultam da política estatal de controlo de natalidade ("um casal, um filho")."


"Mo Yan entra agora no restrito grupo de 109 autores que receberam o Nobel da Literatura desde 1901. Desses 109, 12 são mulheres e dois recusaram o prémio: Boris Pasternak (1958) rejeitou “por causa do significado que este prémio tem para a sociedade soviética” (a medalha acabou por ser entregue ao filho, Yevgenii Borisovich Pasternak, em Dezembro de 1989, quase três décadas após a morte do escritor); e Jean Paul Sartre (1964), que declinou porque sempre rejeitou honrarias, e além disso achava que a distribuição dos prémios não respeitava a igualdade entre culturas e povos.
Mais conhecido no resto do mundo por ser o autor dos dois livros que deram origem ao filme "Sorgo Vermelho"  (1987), de Zhang Yimou, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim, seu nome verdadeiro é Guan Moye – Mo Yan significa "não fale" e é um pseudônimo adotado na época em que lançou seu primeiro trabalho.

Informado da vitória, Mo Yan afirmou estar "muito feliz". "Ao saber que me concederam esta recompensa, me senti muito feliz", declarou o escritor. "Vou me esforçar mais na criação de novas obras. Quero trabalhar mais para agradecer a todo o mundo", acrescentou, citado pela agência Nova China.

Filho de fazendeiros, Mo Yan nasceu na província de Shandong, região onde situa várias de suas histórias. Deixou de estudar pouco depois dos 10 anos, durante a Revolução Cultural chinesa, e foi trabalhar numa fábrica de óleo. Aos 20, entrou para o Exército de Libertação Popular e em seguida começou a escrever. Em 1987, um ano depois de ser formar na Academia de Arte do Exército, publicou "Sorgo Vermelho" ("Hong gaoliang jiazu", no original), que lhe lançou à fama – é um dos escritores mais conhecidos da China."

"Mesmo com todo o reconhecimento dentro de seu país, o escritor também já foi vítima de censura: lançado em 1995, seu romance "Fengru Feitun" ("Peitos Grandes e Quadris Largos", em livre tradução)  causou uma grande polêmica por seu conteúdo sexual. O exército chinês obrigou o escritor a fazer uma autocrítica e o livro foi retirado de circulação.
Apesar da rigidez do regime chinês, o novo prêmio Nobel assegura que não se preocupa com a censura quando decide os argumentos de suas obras. "Restrições aos escritores sempre existem em cada país", declarou Mo à revista "Time" em 2010, ressaltando que esses limites poderiam representar uma vantagem, já que forçam o autor a "fugir da estética literária".

Autor de dezenas de contos e romances, tem entre suas obras "A República do Vinho", "Shifu: Você Fará Qualquer Coisa por uma Risada", "Vida e Morte Estão Me Esgotando" e "Fengru Feitun", um vasto painel histórico da China no século 20 a partir do retrato de uma família.

Depois de ter abandonado as Forças Armadas, Mo começou a trabalhar como editor de jornal, embora continuasse escrevendo seus livros, como "Tanxiangxing" ("A Tortura do Sândalo", em livre tradução), de 2001, e "Wa" ("Rã"), de 2009. Nos últimos dias, a imprensa chinesa passou a abordar a possibilidade de Mo ganhar o prêmio.

As obras de Mo Yan não estão disponíveis em português – no Brasil, são encontradas em catálogo apenas edições em outras línguas, como inglês e espanhol."



 Informação retirada de: http://sociedadedospoetasamigos.blogspot.pt/

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