terça-feira, 9 de abril de 2013

[Opinião] - "Depois" de Rosamund Lupton




"Por muito adverso que seja o ambiente que nos rodeia - dizes tu no meio de um qualquer sitio esquecido - conseguimos sempre encontrar estratégias para sobreviver."






O ano passado li o primeiro livro de Rosamund Lupton, também publicado pela Civilização Editora, "Irmã". Foi um livro que gostei imenso, especialmente por ser um género que eu leio pouco (podem ver a opinião aqui). Admito que elevou bastante as expectativas.

Este livro, "Depois", é um registo diferente do primeiro, no entanto não me desiludiu e gostei bastante. Alguns leitores talvez estejam à espera de algo na mesma base do outro livro, e talvez acabem por sentir que as suas expectativas sairam frustadas, no entanto eu considerei a leitura deste livro bastante prazeirosa. Na verdade, só consegui parar quando cheguei ao fim e soube realmente o que tinha acontecido.

Este é um dos pontos fortes da autora, a meu ver. Os pormenores relativos ao desfecho vão-nos sendo dados ao longo da leitura, no entanto quando chegamos ao momento da verdade há algo que nos faz dizer, "ora bolas, por esta é que eu não esperava".

Este livro é contado na primeira pessoa, por Grace. Esta mulher, num dia de festa, vê arder o edificio onde se encontra a sua filha Jenny, e corre a socorrê-la. Ambas sofrem ferimentos graves e correm perigo de vida. Assim, toda a história é narrada por Grace, que se encontra no Limbo entre a vida e a morte, como se fosse o seu espirito. Ela vagueia por todos os locais relevantes para a situação, vê todos os seus familiares e amigos mas não consegue comunicar com eles. A única "pessoa" com quem comunica é com a filha, ou com o espirito desta, que também se encontra no referido "limbo".

Geralmente não sou apreciadora de enredos que contenham espiritos, e pessoas que estão no "limbo" e se vêem a elas proprias e aos outros, e afins..por uma questão simples, não sei até que ponto acredito que isso seja possivel, e faz com que a narrativa perca parte do realismo que me faz entrar na história. No entanto, neste livro considero que foi uma grande jogada da autora e uma maneira desta nos ir contando os acontecimentos daquele dia, podendo assim relacionar o que os familiares e amigos iam descobrindo com aquilo que as vitimas do incendio sabiam. E é esse conjugar de informaçoes que faz com que o cenário do dia macabro naquela escola se desenha na nossa mente. Ao longo do livro diversos personagens se tornam suspeitos, tanto no livro como na nossa mente, mas no fim apenas um poderá ser culpado.

O final é emotivo e tudo o que acontece é por amor, porque o amor de uma mãe idealiza-se assim... porque se idealiza que uma mãe fará tudo para proteger os seus filhos e para que sejam eles a viver bem.

Gostei muito e recomendo.

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