domingo, 23 de junho de 2013

[Opinião] - "Eva Luna" de Isabel Allende



"Espiando as conversas das mulheres aprendi em poucas semanas mais do que muitas pessoas descobrem durante a vida.  Preocupada em melhorar a qualidade dos serviços da sua empresa, a Senhora comprava livros franceses que o cego do quiosque lhe fornecia às escondidas; suspeito, no entanto, de que raramente tivessem sido úteis, porque as raparigas se queixavam que na hora das cuecas os cavalheiros com classe tomavam uns copos e repetiam as mesmas rotinas, de modo que para nada servia tanto estudo".






Apaixonei-me pela escrita de Isabel Allende quando li "A Soma dos Dias" (podem ler opinião aqui). Fiquei sempre com vontade de ler "Paula", até que me chegou ás mãos este livro.

Não posso dizer que foi o livro que mais gostei de ler. Não me arrebatou como a outra leitura, talvez por as expectativas serem altas. As descrições são muitas, como aliás creio ser um marco na escrita da autora, mas neste livro entediaram-me um pouco.
O que mais gostei nesta leitura, que pode ser referida como uma biografia, foi o contexto histórico que esta apresenta. Neste livro acompanhamos Eva, uma menina que se transforma em mulher num ambiente subdesenvolvido, onde predomina o analfabetismo e a pobreza. Somos confrontados com a dura realidade dos golpes militares e da luta pela democracia.

Eva, uma menina que se torna artesã, que sem saber ler se torna contadora de histórias e, um dia mais tarde, quando mulher, escritora.

Um livro sobre papeis sociais, pobreza, luta pela sobrevivência e um tentar constante por ser alguém na vida. Uma história de vida sobre persistência e coragem.

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