segunda-feira, 9 de setembro de 2013

[Opinião] - "A Linha Ténue do Passado" de Mónica Cortesão Gonçalves


"Pegou na foto de Alice com 4 anos, tinha um ar muito esperto no colo da sua mãe. Maria terminara a sua leitura, ficou deitada a olhar para as duas fotos que encontrara com um sorriso terno de saudade e melancolia. Questionara-se pelo facto de não ter voltado a ter os seus pesadelos premonitórios iguais aos do seu trisavô Vittorino, em sua vez sonhava apenas com o passado da sua família.
Não era que tivesse saudades, mas essas premonições eram parte dela e sentia como se lhe faltasse algo, em contrapartida não queria que estes novos sonhos findassem, eram demasiado reais e Maria tinha quase a certeza de que o que sonhava acontecera mesmo ao milímetro e não eram mais uns avisos desfocados, embora um pouco assustada por conseguir ver um passado seu tão nítido, queria descobrir mais."




Esta foi uma leitura sobre a qual me é complicado escrever sobre, porque não consegui terminar a leitura.
Sou sincera, não gosto de deixar leituras a meio, e a verdade é que ainda andei uns dias a ler algumas páginas, mas avançava a passo de caracol, e o livro não me estava a cativar.  Acabei por o colocar de lado.

Assim sendo, não posso fazer comentários acerca do final do enredo. Não posso tecer comentários sobre se é previsível ou não.

A escrita da autora não me fascinou, achei o modo como esta conduziu a estória bastante fastidioso. A linguagem é simples e acessível, e não tem diálogos em demasia, o que poderá ser um ponto a favor. No entanto, alguns dos diálogos existentes pareciam ali colocados "a martelo".

A velocidade da trama não é, nem por sombras, rápida, o que sei que agradará a alguns leitores. As situações vão surgindo gradualmente e de forma encadeada.

Do que li, a personagem que mais gostei foi o jovem rapaz que Maria conhece no Luxemburgo.
Sendo que, parte da estória, remonta à época da 2ª Guerra Mundial, seria de esperar que houvesse alguma contextualização histórica e, na verdade, achei que esta era bastante escassa. Como sabem sou fã dessa época, e talvez também por isso a leitura me tenha sido pouco agradável - tinha outras expectativas.
Outro ponto que me desagradou foi o "dom" que Maria tem, e que a sua avó também tinha, e que envolve um pouco do "sobrenatural". Não sou fã, em especial quando se torna, para mim, demasiado irrealista - a não ser que esteja a ler um livro de fantasia claro.

Quem sabe se, um dia, não volto a pegar nele e a realizar a leitura completa. Até posso lê-lo com "outros olhos", mas a verdade é que não foi, de todo, uma leitura prazerosa neste momento.

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