sábado, 28 de setembro de 2013

[Opinião] - Saga "Ladies in Waiting" de Emma Wildes



"Um mestiço com uma filha ilegitima e uma bonita debutante, a favorita do ton? Jonathan quase soltou uma gargalhada, mas impediu-se de o fazer. Era estranho, ela parecia sincera. Por outro lado, talvez tivesse cego devido á forma graciosa e tentadora de Cecily e àqueles olhos topázio. Para começar, aquela susceptibilidade era o que o colocara numa situação tão delicada."










 Já ouço falar de Emma Wildes há bastante tempo, e até já me tinham aconselhado a sua leitura razão pela qual tinha na estante os dois livros, da saga "Ladies in Wainting" , publicados pela Planeta.
Decidi então pegar neles aquando a 36ª Maratona Literária (que por sinal a minha equipa ganhou) e lê-los de seguida.

"Sussurros Ousados" é o primeiro volume. Aqui conhecemos Lady Cecily, uma jovem que começa a sentir a pressão da família e da sociedade para casar, no entanto, aquele se ela percebe como seu pretendente é o grande amor da sua irmã.
O que mais gostei nesta personagem, e que difere esta leitura de algumas do mesmo género, é que apesar de ser virgem como uma mulher solteira deve ser, não é uma mulher fútil, desinteressada e que obdece às regras apenas porque é assim que deve ser. Consegue, a determinada altura, ser realmente obstinada e ousada, sem ser por pura luxúria mas sim por amor.

Como personagem principal masculina temos Jonathan Bourne, o Conde Selvagem. Filho bastardo do falecido Conde de Augustine, e tendo vivido toda a sua vida na américa com a família da sua mãe, este é o homem mais falado da sociedade e do ton, para quem as regras que regem toda a aquela sociedade são desprovidas de sentido. É um homem que faz o que quer, desobedecendo às regras sem qualquer problema com isso, o que acaba por fazer com que seja secretamente amado, e publicamente criticado.
Foi uma personagem que gostei desde inicio, e que fui gostando ainda mais ao longo de todo o livro. É um selvagem apaixonante. O que mais me cativou foi a relação que este tem com a sua filha. E que mais uma vez é um ponto forte deste livro, quando comparado com outros -  o novo Conde de Augustine tem uma filha de uma relação que nunca oficializou, e é fascinante o modo como ele ama a menina, como nunca a descura. Aqui, o tema da parentalidade que tanto é abordado nos livros que se referem a esta época, especialmente rno que diz respeito aos filhos bastardos, é visto segundo um filho bastardo que não quer que a filha sinta o que estas crianças geralmente sentem... porque a pequena não tem culpa das escolhas dele, e porque ele sempre foi aceite pelo pai, gostava do pai, e viu assim nele um modelo a seguir enquanto pai.

Como todos vocês já devem saber, eu sou fã de livros que retratem a época e a sociedade em questão, e portanto não me vou alongar pois gostei imenso.
É importante ainda referir que o livro não se centra só no casal principal, pelo que vamos conhecendo diversas personagens que têm um papel preponderante durante a leitura. E especialmente para passarmos depois à leitura do segundo volume - "Traída pelo Destino". 

Aconselho, um muito bom começo com esta autora.







"Perguntara ao médico se ainda podiam fazer amor e este aconselhara cuidado se ela tivesse quaisquer sintomas invulgares, mas, de resto, indicou ainda ser seguro e disse que algumas mulheres eram mais ardentes (...).
De alguma forma, sempre imaginara que, quando voltasse a apaixonar-se, seria por alguém como Rene Fortescue. Elegante e cortês, com um ar perigoso e a capacidade de seduzir jovens donzelas indefesas. 
(...)
Só que James era a antítese desse homem."









Esta foi a segunda leitura da maratona, primeira do mês de Setembro. Tendo lido antes o primeiro volume, vinha com algumas expectativas, e não gostei tanto como o primeiro. mas foi uma leitura agradável.

Este livro centra-se especialmente em Lilian Bourne, irmã do Conde de Augustine, que após um escândalo com contornos misteriosos viu a sua oportunidade de casar quase arruinada. Com a ajuda das pessoas certas, Lillian vê-se cada vez mais perto de poder ter o casamento que a sociedade tanto pressiona para que as mulheres da sua condição social tenham.
E quem é o pretendente? Lorde Damien Northfield, ex-espião, vê-se envolvido numa misteriosa missão, que o vai levar a investigar algumas das pessoas influentes da sociedade, acabando por desvendar o mistério do escândalo da jovem Lillian, e apaixonar-se por ela.

Admito que este casal não me prendeu minimamente, achei até mesmo enfadonho. Gostei muito mais, bastante até, do casal James, primo do Conde de Augustine, e Rebecca, uma mulher de 35 anos, bastarda, que nunca pensou em ter uma relação realmente séria, até se apaixonar por aquele jovem. Esta relação é apaixonada, ousada e irreverente, e é fácil apaixonarmo-nos por estes personagens, e torcermos para que fiquem juntos, mesmo sendo tão diferentes entre si.

Um dos pontos fortes desta leitura é o mistério, os homicídios e a chantagem que nos fazem dar voltas à cabeça sobre o que poderá estar por detrás dos crimes...chegando por fim a uma descoberta quase imprevisível.

Para quem leu o primeiro...vai certamente querer ler este.

Em Suma: Foi uma boa estreia com uma autora que desconhecia. A sociedade descrita fascina-me, adoro este género de leitura, e foi bastante agradável pegar nestes dois livros. A escrita da autora é fluida e fácil de nos integrarmos na história, de nos apaixonarmos pelos personagens.  As diferenças referidas nos comentários acima são realmente os pontos mais fortes que encontrei, e que me fazem querer, sem dúvida, ler o próximo - e quem sabe os outros livros de Emma Wildes.
Mais uma boa aposta da editora.

Próximo Título - disponível em Outubro



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