quarta-feira, 20 de novembro de 2013

[Opinião] - "Cartas da Nossa Paixão" de Karen Kingsbury


" - Farto-me de pensar no Nolan Cook, o famoso jogador de basquete, e na cara da minha mãe quando falou dele. Se eles se amavam, então talvez ainda se amem. Certo?
 Ellie sentiu um arrepio nos braços. Kinzie estava a pensar em Nolan? A ponto de rezar a respeito dele? Aproximou-se mais um passo para não perder palavra.
 - De qualquer forma, quero rezar pela minha mãe. - Os seus ombros curvaram-se um pouco. - Por favor, ajuda-a a ser feliz. Sei que ela está muito triste. Não tem a sua familia, porque se zangaram. E também não tem o Nolan. - Coçou o cotovelo. - Acima de tudo, a mamã não te tem. E isso significa que não tem o seu felizes-para-sempre."


Quando vi publicado o primeiro livro da autora não fiquei com muita curiosidade, no entanto depois de ler algumas opiniões positivas e quando vi este segundo ser publicado e me chegou ás mãos pensei "bem, vou dar uma oportunidade a Karen Kingsbury". Li "Dois anos e uma eternidade" (opinião) e, como devem saber, gostei bastante, tanto que tive que ler este pouco tempo depois.

...Ainda bem que o fiz, mais uma boa leitura e um livro que me encheu o coração. Há alturas em que andamos mais sensíveis, e que por circunstâncias da vida há livros que nos tocam mais, que se calhar noutra altura talvez essa emoção nos passasse  ao lado. Este foi um dos momentos em que um livro chegou até mim, me fez pensar, reflectir e ter esperança.

Não sei se é tema comum, e talvez esteja até relacionado com algo na vida da autora, mas neste livro encontramos a mensagem que também vimos em "Dois anos e uma eternidade": que o verdadeiro amor sobrevive à distância e ao tempo, e que pode ser retomado passado vários anos, pessoas e lugares.
Aqui conhecemos Ellie e Nolan, dois jovens na flor da idade, dois grandes amigos em quem o amor começa a despertar... até ao dia em que a vida da jovem dá uma volta que ela nunca imaginou e se vê afastada do seu porto de abrigo. Antes de se afastarem decidem escrever cada um uma carta e enterrá-las no seu local especial, e só poderiam abri-las juntos, 11 anos depois.
Seguimos assim a vida de ambos, afastados fisicamente um do outro, mas com o "bichinho" do amor sempre no coração. Até ao dia em que, 11 anos depois, têm que abrir as tais recordações...

A mensagem do livro é-me bastante sentida e emocional, pelo que esta foi uma leitura que me aconchegou a alma. Para além disso as histórias de vida de ambos os personagens dão ritmo e intensidade ao enredo, o que é uma mais valia. Para além disso, uma das situações pelas quais Nolan passa é-me bastante próxima, e também isso me fez sentir ainda mais familiarizada com aquele personagem (com a qual me afeiçoei especialmente admito).

Um dos pontos que gostei menos, admito que por razões pessoais, foram as alusões sistemáticas a Deus, à fé e à espiritualidade. Acredito que seja parte importante da caracterização das personagens, e até seja algo com que a autora se identifique, mas eu senti que se chegou a ser em demasia, e por vezes senti que estava algo descontextualizado no momento em que foi utilizada a alusão.

Uma das minhas personagens preferidas, para além de Nolan claro, é Kinzie, uma menina na idade dos porquês com uma ingenuidade e uma bondade que nos tocam especialmente.

Aconselho a sua leitura,após lerem "Dois anos e uma eternidade" pois, apesar de não serem propriamente continuação, as duas personagens desse livro surgem também neste, e têm um papel importante.
Karen Kingsbury, uma estreia este ano, e uma boa surpresa.

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