quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Ontem Foi Assim...#13






Na Terça-feira, dia 17 de Dezembro de 2013, pelas 19h, foi a sessão dos 10 anos do livro "Equador" de Miguel Sousa Tavares, agora editado pelo Clube do Autor.
A convite da editora e a minha querida Tia O. tive o prazer de estar presente, pelo que vos venho contar brevemente algumas das questões que foram colocadas ao autor.

Miguel Sousa Tavares mostrou-se bem disposto, simpático e afável e referiu várias vezes ser um autor que deve muito aos seus leitores.

"Quando entrego um livro na à editora ele morreu para mim, deixa de ser meu e passa a ser dos leitores".

Fui ao evento colocar duas questões que a tia O. tinha para o autor.
Comecei por perguntar como surgiu a ideia e onde se inspirou para escrever um romance tão bonito como equador, pergunta à qual Miguel respondeu que a ideia surgi durante uma viagem sua para uma reportagem a São Tomé, e que não se inspirou em nada de modo a não se sentir tentado a copiar nem a deprimir por não conseguir ser tão bom quanto a sua "musa inspiradora" se a houvesse. Referiu que enquanto escrevia apenas leu "Guerra e Paz" por este ser um livro completamente inigualável, não correndo o risco de o copiar, nem sequer de tentar.

De seguida questionei sobre os desafios a que se propõe enquanto escritor, ao que o autor respondeu que o grande desafio que coloca a si própio é conseguir chegar até aos seus leitores, porque quando se escreve um livro não o faz apenas para ele e pelo prazer de escrever mas sim para todos aqueles que o irão ler.

Sucederam-se então um série de questões sobre diversos assuntos, todos relacionados com o livro. Falou-se sobre a adaptação televisiva, na série "Equador" sobre a qual o autor disse ter tido uma palavra importante apenas na escolha de um dos actores, e que, sendo o livro uma boa base para uma série com menos episódios do que realmente aconteceu, gostou de ver algumas das situações que acrescentaram e que não existem no livro.
Quando questionado sobre o comentário que mais o surpreendeu este refere foi quando lhe perguntaram se o livro ia ter continuação, pois para o autor o livro encontra-se terminado e ele não pensa mais nisso.
Miguel disse ainda que não esperava o exito que teve logo desde inicio e que se sente muito grato aos seus leitores. Diz ser pretensioso considerar "Equador" um clássico da literatura mas que sabe que este marcou uma mudança na literatura portuguesa, primeiro porque fomos um povo grandemente colonizador e não se escreviam muitos romances sobre isso, segundo porque o romance histórico português começou a ter uma visibilidade que não tinha antes e porque tem tido uma adesão fantástica, mesmo além fronteiras.

Pela editora foi questionado devido a alguns excertos do próprio livro, fazendo o paralelo com a sua escrita.
No livro Miguel escreve-nos sobre o conceito de equador e, para além de referir que é uma linha divisória do globo terrestre, refere ainda associá-lo à dor, pelo que foi questionado se escreveu aquele livro "com dor". Respondeu que sim, e que essa dor se encontra ao longo do livro.
Noutra citação fala de ilha e de solidão, pelo que foi confrontado com a ideia da escrita ser algo solitário.

Para terminar, e antes da sessão de autógrafos, falou-se ainda da política do país, quando um leitor questionou o que o autor prospectava para o nosso futuro. Miguel referiu que acredita numa União Mediterrânica (ideia que poderão ler no Expresso). 

Foi um bocadinho muito bem passado, e que gostei muito.
Quantos de vocês são fãs do autor?




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