"O mais fantástico é que, José Rodrigues dos Santos parece ter aplicado à escrita a mesma (e estupenda) dedicação que destina sempre ao argumento - e os dois, aliados, fazem maravilhas! Especialmente quando é notório que o autor nos está constantemente a espicaçar… os nervos e o sentido crítico!" em Tempo de Ler
Em A Mão do
Diabo, José Rodrigues dos Santos leva-nos a mais uma aventura de Tomás Noronha.
Um personagem já bem conhecido, que nos apresenta, neste romance, mais uma
parte do seu currículo, ao ser um conhecedor da economia mundial e da crise
financeira actual, em particular.
Leio este livro na sequência de O
Última Segredo, anterior livro de José Rodrigues dos Santos, que continua a ser
uma das melhores leitoras de sempre, para mim.
No entanto, em A Mão do Diabo, o
mesmo não acontece, e a motivação que marca as obras do género não se manifesta
aqui, tornando-se num livro pesado, que foge muitas vezes à ideia de romance,
parecendo uma enciclopédia.
Tomás de Noronha começa a sua
história neste romance na Grécia, onde se vê no meio de uma manifestação,
acabando preso. Entre a sua libertação e a descoberta das causas da crise
mundial, Tomás enfrenta uma seita satânica, por trás de todos os
acontecimentos.
Para que este livro seja bem
compreendido, deve ser dividido em duas partes: o Romance, a história
aventuresca de Tomás de Noronha que continua cativante; e o manual histórico
sobre a crise, onde o autor nos descreve detalhadamente o seu conhecimento, de
forma pouco efusiva. A sobreposição entre ambas as partes não acontece da
melhor forma.
Como romance, o autor consegue mais
uma vez surpreender, e agarra-nos à história de Tomás, que continua a ser um
centro de atracção de problemas, no melhor sentido. No entanto, ao ver o
conjunto, a transição entre as partes não é bem conseguida.
Um bom livro para quem quer saber
mais sobre a crise.
Um mau livro para quem gosta de José
Rodrigues dos Santos e das aventuras de Tomás de Noronha.
Tiago A. G. Fonseca
Eu só li o Codex e, embora tenha achado interessante, tinha-lhe cortado umas 100 páginas...
ResponderEliminarOlá :)
ResponderEliminarBem, a um post sobre o meu escritor favorito da actualidade, só estivesse em outra galáxia deixaria de responder :)
As pessoas são diferentes, por isso têm opiniões diferentes e vêem as coisas de forma diferente. É isso que torna o mundo interessante :)
Não concordo que um livro que é bom para quem gosta de estar mais informado sobre a crise, seja ao mesmo tempo um livro mau para quem gosta de José Rodrigues dos Santos e das aventuras do Tomás Noronha. Isto porquê: porque José Rodrigues dos Santos - escritor é isso mesmo: é a informação dada de forma romanceada para que essa informação chegue a uma maior parte do público :)
Se ele escrevesse um tratado, um ensaio sobre a crise, sem ser de forma romanceada, nem metade das pessoas que leram teriam lido. E a intenção dele é que essa informação chegue ao maior número de pessoas possível :)
Talvez este livro seja o que tem menos romance, o menos literário, porque o tema a isso obriga, mas ainda assim acho queas aventuras do Tomás estão bem integradas.
Sei que este livro foi o que ele escreveu em menos tempo, porque ele costuma te vários em mãos, embora se dedique mais a um , que pretende que seja o próximo a sair. Neste caso, isso não aconteceu: ele foi ao programa da Júlia Pinheiro, em 2011, para ser entrevistado sobre "O Último Segredo" e, a certa altura, a Júlia sugeriu-lhe que escrevesse um romance sobre a crise. Ele, no momento, achou que seria pouco pertinente porque se trata de um tema que está sempre em evolução, estão sempre a surgir novos dados... Mas depois de sair do programa começou a pensar que, se calhar, a ideia não era assim tão descabida, pois apesar de estarem sempre a surgir novos dados, a verdade é que as causas, a essência da crise é sempre a mesma. E resolveu escrever. Portanto, este foi um livro que ele efectivamente escreveu todo em menos de um ano. Daí talvez tenha sido aquele que foi escrito mais à pressa, mas ainda assim, acho que as aventuras do Tomás estão bem integradas e servem bem como fio condutor à informação. Aliás, acho que é algo que toda a gente percebe nesta vertente dos romances do JRS é que as aventuras do Tomás Noronha são apenas um fio condutor para prender o leitor e assim conseguir que ele capte a informação que o autor pretende transmitir.
Gostei muito do livro, tal como de todos os outros do autor.
No meio de tanta tensão, devido ao tema, o autor consegue que o leitor ria um bocado para amenizar um tema tão pesado... Quando o Tomás está no restaurante e olha para a televisão não pide deixar de te um ataque de riso incontrolável e de dizer "Raios parta o homem!", no meio de gargalhadas: "[...] Decorria o noticiário e um apresentador orelhudo com expressão sisuda dava notícias frescas da crise [...] ... Ri tanto :)
Abraço :)
Eu tenho o livro :-D mas ainda não o li :-(
ResponderEliminar:-)
leiturasfabulosas.blogspot.pt
:) eu tambem estou a ler e a gostar... JRS consegue de facto prender de imediato a atenção do leitor! li tambem o setimo selo e adorei a abordagem sobre o aquecimento global e das vertentes tanto
ResponderEliminarcientifica como economica do problema!