"Uma longa caminhada vivida por quem sobreviveu ao holocausto! Uma lição de vida, tantas lições a retirar desta leitura! (...)
Esta é a sua história: uma história de luta e de coragem mas também de sofrimento e inúmeras tentativas de ultrapassar o seu passado sem rancor e ódio.
Um livro que me marcou profundamente e que recomendo muitíssimo. Pesado, eu sei. Mas também um marco de esperança, uma mensagem profunda sobre o preconceito e a tolerância." in O Tempo entre os meus livros
E lá vem ela
com mais um livro sobre o holocausto, Segunda Guerra Mundial, Auschwitz, pensam
vocês. Mas a verdade é que eu não me canso de livros sobre este tema. Muitas
vezes penso comigo mesma: “Mas eu sou masoquista, ou quê?”, mas deprepessa
percebo que não, eu simplesmente me interesso por histórias, muitas vezes
baseadas em factos reais, que têm como personagem principal uma pessoa como eu,
que passou por coisas que nenhum ser humano ou mesmo animal devia passa nem uma
vez durante a sua vida inteira. A verdade, é que ao ler as suas histórias, de
algum modo me sinto mais próxima dessas pessoas e ao ler sobre a sua força,
ganho mais força também.
“Rapariga de Auschwitz” conta a história de
Eva Schloss, uma das muitas raparigas que sofreu ao ser deportada para o Campo
de Extermínio de Auschwitz, juntamente com a mãe Fritzi. Antes de a sua vida
mudar radicalmente, com a chegada dos nazis à Áustria, Eva tornou-se amiga de
uma jovem de nome Anne Frank, presumo que já tenham ouvido falar dela. O diário
que escreveu durante o tempo que esteve escondida num esconderijo tornou-se no
mais reconhecido registo de uma vítima do holocausto. Tal como Anne, Eva também
passou pela tortura de estar escondida, pelo terror de ser apanhada e levada
para Auschwitz e por todos os horrores que a sua amiga conheceu. A única
diferença é que Eva conseguiu sobreviver.
Ao longo do seu relato, Eva mostra-nos todos
os sacrifícios que teve de fazer para sobreviver e para assegurar a
sobrevivência da sua mãe, ao mesmo tempo que tentava a todo o custo saber onde
se encontravam o seu pai e o seu irmão, de quem fora separada. No fim, chegamos
à conclusão que Eva sobreviveu graças a muitos golpes de sorte, que juntamente
com a sua força de vontade, coragem e amor pela sua mãe, fizeram com que
pudesse contar ao mundo a sua história e como foi para ela viver num dos
períodos mais negros da história mundial. Para além de nos contar sobre a sua
estadia num dos mais conhecidos campos de concentração nazis, Eva relata também
as dificuldades que ela e a sua mãe sentiram ao voltar à “vida real”,
dificuldades essas que foram de algum modo minimizadas pela presença de Otto
Frank, pai de Anne Frank, nas suas vidas, ao casar com a mãe de Eva, Fritzi.
Mais uma vez, uma leitura que eu recomendo
vivamente, um livro soberbo sobre os horrores que milhões de judeus viveram
durante a Segunda Grande Guerra e sobre a coragem e a perseverança que permitiu
que alguns desses judeus sobrevivessem. Uma forma de escrita simples, mas ao
mesmo tempo forte e pungente que não nos deixa tirar os olhos do livro.
Inês Rodrigues
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