domingo, 20 de abril de 2014

[Opinião Tertuliana] - "A Rapariga de Auschwitz" de Eva Schloss



"Uma longa caminhada vivida por quem sobreviveu ao holocausto! Uma lição de vida, tantas lições a retirar desta leitura! (...)

Esta é a sua história: uma história de luta e de coragem mas também de sofrimento e inúmeras tentativas de ultrapassar o seu passado sem rancor e ódio.

Um livro que me marcou profundamente e que recomendo muitíssimo. Pesado, eu sei. Mas também um marco de esperança, uma mensagem profunda sobre o preconceito e a tolerância." in O Tempo entre os meus livros







E lá vem ela com mais um livro sobre o holocausto, Segunda Guerra Mundial, Auschwitz, pensam vocês. Mas a verdade é que eu não me canso de livros sobre este tema. Muitas vezes penso comigo mesma: “Mas eu sou masoquista, ou quê?”, mas deprepessa percebo que não, eu simplesmente me interesso por histórias, muitas vezes baseadas em factos reais, que têm como personagem principal uma pessoa como eu, que passou por coisas que nenhum ser humano ou mesmo animal devia passa nem uma vez durante a sua vida inteira. A verdade, é que ao ler as suas histórias, de algum modo me sinto mais próxima dessas pessoas e ao ler sobre a sua força, ganho mais força também.

 “Rapariga de Auschwitz” conta a história de Eva Schloss, uma das muitas raparigas que sofreu ao ser deportada para o Campo de Extermínio de Auschwitz, juntamente com a mãe Fritzi. Antes de a sua vida mudar radicalmente, com a chegada dos nazis à Áustria, Eva tornou-se amiga de uma jovem de nome Anne Frank, presumo que já tenham ouvido falar dela. O diário que escreveu durante o tempo que esteve escondida num esconderijo tornou-se no mais reconhecido registo de uma vítima do holocausto. Tal como Anne, Eva também passou pela tortura de estar escondida, pelo terror de ser apanhada e levada para Auschwitz e por todos os horrores que a sua amiga conheceu. A única diferença é que Eva conseguiu sobreviver.

 Ao longo do seu relato, Eva mostra-nos todos os sacrifícios que teve de fazer para sobreviver e para assegurar a sobrevivência da sua mãe, ao mesmo tempo que tentava a todo o custo saber onde se encontravam o seu pai e o seu irmão, de quem fora separada. No fim, chegamos à conclusão que Eva sobreviveu graças a muitos golpes de sorte, que juntamente com a sua força de vontade, coragem e amor pela sua mãe, fizeram com que pudesse contar ao mundo a sua história e como foi para ela viver num dos períodos mais negros da história mundial. Para além de nos contar sobre a sua estadia num dos mais conhecidos campos de concentração nazis, Eva relata também as dificuldades que ela e a sua mãe sentiram ao voltar à “vida real”, dificuldades essas que foram de algum modo minimizadas pela presença de Otto Frank, pai de Anne Frank, nas suas vidas, ao casar com a mãe de Eva, Fritzi.

 Mais uma vez, uma leitura que eu recomendo vivamente, um livro soberbo sobre os horrores que milhões de judeus viveram durante a Segunda Grande Guerra e sobre a coragem e a perseverança que permitiu que alguns desses judeus sobrevivessem. Uma forma de escrita simples, mas ao mesmo tempo forte e pungente que não nos deixa tirar os olhos do livro.

Inês Rodrigues

  

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