"Contaram quantas vezes disse a palavra "perturbante"? Porque é a melhor palavra para descrever este livro. Não há aqui heróis, finais felizes ou uma luz ao fundo do túnel. É um livro profundamente negro e que mergulha no que de pior há na natureza humana.(...)
No geral, um livro... perturbador. Mete medo de uma forma insidiosa e leva-nos a questionar algumas das racionalizações de Cillian relativamente à natureza humana, especialmente a de que, no fundo, todos gostamos de ver os outros sofrer." in Livros, Livros e mais Livros
Eu não sou
apreciadora de policiais, pelo que é muito raro ler algum livro que se encontre
nesta categoria, excepto romances policiais como os livros da Sandra Brown, isto
é, livros que são mais romances do que policiais. No entanto, quando encontro
algum policial que me prenda o interesse, normalmente acontece com aqueles que
se distinguem dos demais, não hesito em lê-lo. Foi precisamente isso que me
aconteceu com esta obra de Alberto Marini.
Este livro conta-nos a história de Cillian, um
peculiar porteiro de um edifício em Nova Iorque, que apenas sente felicidade
quando provoca infelicidade nos outros. Em toda a sua vida, Cillian nunca
conheceu alguém tão “feliz” como Clara, uma das inquilinas do prédio, que nunca
perde o sorriso. Determinado em por termo àquela felicidade, o porteiro inicia
um conjunto de acções que têm como objectivo causar o maior sofrimento a Clara. Mas esta sua demanda torna-se mais complexa do que aparentava.
Quando iniciei esta leitura estava a espera de
uma escrita diferente daquele que se veio a revelar mais tarde, à medida que
fui avançando na leitura. Não quer isto dizer que não gostei do livro, mas
achei que faltava alguma coisa.
Na minha opinião o livro não desperta em nós
nenhum tipo de sentimento, a escrita não é forte o suficiente para fazer com
que o leitor nutra sentimentos, negativos ou positivos, pelas personagens da
obra.
Para além disso acho que a escrita é demasiado mecânica, tornando a
leitura algo aborrecida. Apenas ao aproximar-se do fim, a leitura se torna mais activa, incluindo um final algo surpreendente e mais de acordo com as minhas expectativas.
Não foi uma das minhas leituras preferidas mas
não foi, de todo, uma leitura desagradável.
Inês Rodrigues
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