segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

[Opinião] - "O menino que ninguém amava" de Casey Watson


Hoje parece que acertei em cheio nas opiniões que vim escrever e escolhi livros que me assoberbaram, e com temas e géneros dos quais mais gosto.

"O menino que ninguém amava" é uma história real sobre Justin, um menino que aos 5 anos incendiou a própria casa numa real tentativa de chamar a atenção para o horror que vivia naquela mesma casa, às mãos da sua mãe toxicodependente. É incrível perceber a revolta que Justin, com apenas 5 anos, sentiu ao ver a negligencia da mãe em relação a ele e aos irmãos, e em como na sua pequenez e ingenuidade fez o que ninguém julgava possível.

Casey Watson conta-nos a sua primeira experiência como mãe de acolhimento, com Justin, e é através dela que vamos conhecendo, com horror e perplexidade, toda a curta e dolorosa vida do pequeno. Casey e o seu marido, aplicando um programa de aprendizagem de comportamentos correctos e socialmente aceitáveis tentam reabilitar Justin, para que este possa ainda ter uma vida normal e o mais saudável possível. para além de lhe tentarem ensinar o que é certo, e os comportamentos que deve ter, ensinam-lhe o mai importante de tudo: que ele pode ser amado por quem é e que o amor existe.

Esta é uma leitura dura, chocante e revoltante, sobre negligencia, abusos e violência que nos acerta em cheio como um murro no estômago, que nos deixa nauseados com a capacidade humana para a crueldade. Quando achamos que não pode ser pior, Justin faz-nos antever mais uma experiência negra pela qual passou, e que mesmo antevendo se torna assustadoramente horripilante quando Casey consegue saber como tudo se passou.

Um verdadeiro horror, que tem um percurso forte e emotivo, e um final tranquilizador dentro do possível. Um livro que nos mostra a iimportânciado amor, a diferença que o empenho e a dedicação que uma boa família de acolhimento pode ter no desenvolvimento de um jovem, e no adulto em que ele se torna.
Um livro que nos faz pensar sobre alguns casos mediáticos que se ouvem sobre crianças retiradas às famílias biológicas ou as crianças que são devolvidas a famílias biológicas destruturadas... e nos faz pensar o que será o melhor, o que será o certo para aquelas crianças, que nada de mal fizeram, apenas nasceram no seio da família "errada".

Uma grande aposta Editorial Presença

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