quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

[Opinião] - "O Leitor" de Bernhard Schlink



"O leitor" de Bernhard Schlink, é um dos mais aclamados livros, e com tantas opiniões positivas sobre ele decidi lê-lo assim que me chegou às mãos.

Um livro pequeno e de leitura rapida, mas que talvez por ter expectativas tao elevadas não foi o que eu estava à espera.

Nesta leitura, que se inicia nos anos 60, conhecemos Michael Berg, um adolescente de 15 anos, que com a sua personalidade em construcao, e com diversas dúvidas proprias da idade, se apaixona por Hanna Schmitz, uma mulher madura e vivida com 36 anos. Ao longo de semanas e meses o romance entre ambos vai-se desenvolvendo e adquirindo um ritmo: tomam banho juntos, Michael lê para Hanna, e finalmente fazem amor. Hanna é, sem duvida, uma mulher fugaz, mas é também uma mulher misteriosa, e que esconde em si o seu passado.
Numa segunda parte do livro ficamos a conhecer esse mesmo passado, quando, após diversos anos sem a ver, Michael a revê num processo de acusacao de ex-guardas de campos de concentracao Nazi. Nesta segunda parte do livro desenvolve-se assim uma reflexao sobre a ocupacao nazi, mais precisamente sobre o trabalho de quem estava encarregue de "se ocupar" dos judeus nos campos de concnetracao. Michael vê-se assim dividido entre as suas crencas sobre o que se passava, e o facto de recriminar a geracao dos seus pais, e nesse caso recriminar/culpar Hanna, e o amor que ainda sente por Hanna, e tudo o que viveu com ela.
Para além disso Michael descobre um segredo de Hanna que a poderá salvar do julgamento e da pena, mas Hanna nao quer que esse segredo seja revelado. Michael vê-se, novamente, na indecisão de contar o segredo e salvar Hanna, indo contra a sua vontade, ou aceitar a vontade de Hanna e vê-la ser condenada.

Uma leitura que nos faz pensar, ao contrario da maior parte dos livros sobre este tema, sobre a perspectiva dos guardas dos campos de concentracao e de quais as suas motivacoes e sentimentos sobre o que faziam.

Este é um livro com diversas nomeacoes e que tem opiniões muito positivas, mas não o adorei. Achei um livro com um ritmo bastante monótono e não consegui sentir empatia pela Hanna, nem antes de saber o seu segredo, nem depois de o conhecer e de saber o seu passado. Gostava de conseguir ter-me colocado no lugar de Hanna, e de ter realmente conseguido "ver" o outro lado. Mas não consegui, na verdade só consegui continuar a recriminar Hanna e todas as "Hannas" que algum dia existiram.

Fiquei curiosa para ver o filme, e fá-lo-ei brevemente.
Quanto ao livro, aconselho, em especial aos leitores mais reflexivos. Será, sem dúvida, em leitura gratificante.

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