quinta-feira, 29 de outubro de 2015

[Opinião Tertuliana] - "A Selecção" de Kiera Cass



“A seleção já não era uma coisa que estava simplesmente a acontecer-me, mas algo 

onde eu era parte ativa. Pertencia à Elite.”


Eu adoro distopias. Claro que gosto mais de alguns livros deste género do que de 

outros, mas no geral as histórias passadas em realidades distópicas aguçam a minha 

curiosidade. Como não podia deixar de ser, quando soube da existência deste livro de 

Kiera Cass, bem como que este seria o primeiro de uma saga literária, quis lê-lo de 

imediato.


A ação deste livro passa-se nuns EUA distópicos, em que já só resta um país 

monárquico denominado Illéa e cuja sociedade se encontra dividida em 8 castas, 

sendo a casta nº1 a mais baixa e a nº8 a mais alta. Existem ainda os chamados 

rebeldes, que não pertencem a nenhuma casta, vivem à margem da lei e roubam para 

conseguir comer. A partir da casta mais baixa e à medida que se vai subindo na 

pirâmide, as condições de vida e de trabalho vão melhorando, até à 8ª casta à qual 

pertence a realeza, que é considerada a Elite da sociedade.


A personagem principal da trama chama-se America Singer e pertence à casta nº5. É 

uma jovem que ao contrário da maioria não ambiciona pertencer à realeza e por 

conseguinte, não tem qualquer interesse em concorrer ao concurso que irá escolher, 

de entre 35 candidatas, a nova princesa de Illéa. No entanto, por razões que vocês irão 

descobrir se quiserem ler o livro, América acaba por aceder a participar no concurso, 

ainda que a contragosto, pelo menos ao princípio.


Ao longo do livro podemos então “assistir” ao surgimento de uma relação entre 

América e o príncipe Maxon, que mostra não ser o típico menino fútil e mimado da 

realeza e que demonstra ter grande afeição pela personagem principal do livro. Não 

será uma relação fácil e ainda menos a estadia de América no Palácio e naquele 

mundo tão diferente do céu.


Posso dizer que gostei, de um modo geral, da história e do conceito do livro, no 

entanto, fiquei um pouco desiludida com a sua leitura. A narrativa não me prendeu da 

forma que eu esperava quando peguei no livro e as personagens não me cativaram o 

suficiente. Gostei da escrita, ainda que tenha achado alguns momentos algo 

aborrecidos, pois na sua maioria o seguimento do texto foi bastante fluido. Acredito 

que este meu “desapontamento” se deve ao facto de ter sido dado tanto ênfase a esta 

saga literária e a este livro em particular, pois eu acabei por criar uma grande 

expetativa, que acabou por não se revelar da forma que eu esperava. 


Já não é primeira vez que o primeiro livro de uma saga literária não me agrada 

inteiramente e na maior parte desses casos o segundo volume consegue redimir a 

leitura do volume anterior. Por isso, pretendo ler a sequela de “A seleção”, que espero 

que seja mais do meu agrado.

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